quinta-feira, 31 de março de 2016

O  momento atual da economia mundial, recomenda que o sistema monetário internacional seja fortalecido para torna-lo mais seguro. O dinamismo dos países emergentes após a crise financeira de 2008-2009 arrefeceu. Alterações estruturais na economia mundial, incluindo preços mais baixos das commodities, condições financeiras mais apertadas e ou voláteis, além do momento de transição da China, colocam riscos adicionais ao crescimento sustentado global um dos objetivos do sistema monetário internacional.

A rede de proteção financeira global, da qual o FMI faz parte, tem sido fortalecida. Ela é composta pelas reservas internacionais dos países, acordos bilaterais de swaps entre bancos centrais, acordos de financiamento regionais, recursos do FMI (complementados por outros parceiros, multilaterais ou bilaterais de desenvolvimento,) e instrumentos de mercado. Mencione-se, como exemplo,  o aumento dos recursos próprios do FMI, a partir das quotas dos países membros, como ocorrido recentemente, a criação do Acordo Contingente de Reservas dos países BRICs, assim como os acordos de swap do banco central da China.

Meu artigo recente publicado na Revista da Procuradoria do Banco Central (link  abaixo - ver páginas 17 a 44) faz o registro histórico das experiências de cooperação financeira internacional do Banco Central do Brasil e resgata as lições aprendidas, como contribuição para o entendimento das iniciativas recentes, entre elas o acordo firmado no âmbito dos países BRICS - Acordo Contingente de Reservas, e as negociações do acordo de swap de moedas entre Brasil e China. A cooperação financeira internacional é interpretada como parte dos acordos vigentes no âmbito do sistema monetário internacional São descritas as experiências relevantes, inclusive as que não se concretizaram, mas cujas negociações acrescentaram experiencias importantes. 

O Arranjo Contingente de Reservas dos países BRICS tem dimensão inicial de US$ 100 bilhões. Pode ter um efeito positivo em termos de prevenção de crises, principalmente de liquidez de curto prazo, fortalecendo assim a rede de segurança financeira global, complementarmente. Sua operacionalização se dará por meio de troca da moeda do país solicitante por dólares americanos. A transferência financeira efetiva somente ocorrerá quando houver solicitação de utilização do mecanismo.

O swap de moedas é um acordo para trocar uma moeda, por outra, e reverter a transação numa data futura. Esses swaps são utilizados amplamente pelo setor privado e, também, por bancos centrais, com o objetivo de facilitar o funcionamento dos mercados de câmbio internacionais, geralmente, quando existe risco de escassez de uma determinada moeda. Como o dólar é a moeda mais utilizada em pagamentos internacionais, o banco central americano (Federal Reserve) celebrou vários acordos de swap durante a crise financeira internacional. O banco central chines vem também realizando acordos de swap como fomento a internacionalização do Yuan. 

Revista PGBC Banco Central do Brasil

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